Estrada do Araçá: lixão com vista para o mar

O pessoal que caminha ou corre ao longo da via asfaltada que conduz ao Araçá nem precisa usar o olfato para perceber que há algo de podre naqueles três quilômetros e pouco de trajeto costeiro. Basta uma olhada simples para constatar que o percurso está se tornando um verdadeiro lixão.

Não se dá cinco passos sem que se veja no acostamento uma lata de cerveja, uma garrafa plástica ou outra porcaria largada em meio ao mato rasteiro. A quantidade de lixo é impressionante.

Um pouco mais à frente, o descaso não apenas impressiona, mas revolta. Próximo ao Araújo, rolando pela encosta, temos um lixão na pior acepção da palavra. Metros de redes de pesca, móveis velhos e outros objetos são jogados ali sem a menor cerimônia.

Umas duas curvas de morro adiante e temos o segundo “aterro sanitário”, um terreno baldio à margem da estrada que serve para que moradores do bairro descartem todo tipo de quinquilharia. O item mais absurdo se encontra dentro de uma caixa de Sedex: uma coleção de moldes de dentaduras, “encomenda” que os proprietários de uma clínica do Centro acharam bastante normal despachar naquele lugar. O endereço do “remetente” está na caixa para qualquer um ver.

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Sujeira acumulada em “aterro sanitário” à beira da estrada
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Coleção de moldes dentários jogado no “aterro sanitário” do Araçá. Será um caso de correspondência extraviada?

Acho que não é preciso nenhum exercício complicado de futurologia para imaginar o que vai acontecer com toda essa área se os abusos continuarem a ocorrer e não houver uma ação efetiva tanto para prevenir quanto para recuperar essa que é uma das belas paisagens do município.

Penso que algumas medidas são fundamentais, a começar por uma ação nas escolas do bairro visando conscientizar os menores e evitar que sigam o mau exemplo dos mais velhos. Quem sabe um mutirão de limpeza envolvendo alunos e com o suporte necessário do poder público?

Acredito também que seria interessante instalar algumas dezenas de lixeiras ao longo do trajeto, como lembrança para aqueles que viveram a última década em Marte e não ouviram ainda falar de consciência ambiental que atirar coisas pela janela do carro não demonstra apenas má educação; é um sinal de falta de civilidade e de respeito para com os outros.

Por fim, é preciso estabelecer sanções a quem pratica esse crime. Nada estimula mais o abandono dos vícios que uma bela espetada no bolso. Claro que se trata de uma medida antipática, que impacta as bases, coisa que nenhum legislador gosta de comprometer, embora seja seu dever. Porém, mesmo que não se concorde com os métodos, uma coisa é certa: não é possível que o problema continue a agravar debaixo dos narizes de todos sem que nenhuma medida seja tomada. Como está, os únicos visitantes que se comprazem da vista são mesmo os urubus…

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  1. VADÃO

    DIL,

    TENHO CAMINHADO POR LÁ E, REALMENTE, A COISA TÁ FEIA. AOS MARCIANOS DE PLANTÃO NADA COMO UMA BOA EDUCAÇÃO, SE É QUE É POSSÍVEL.

  2. Willian

    “Umas duas curvas de morro adiante e temos o segundo “aterro sanitário”, um terreno baldio à margem da estrada que serve para que moradores do bairro descartem todo tipo de quinquilharia. O item mais absurdo se encontra dentro de uma caixa de Sedex: uma coleção de moldes de dentaduras, “encomenda” que os proprietários de uma clínica do Centro acharam bastante normal despachar naquele lugar”
    Uma matéria com partes muito ridícula, pois não se expressam direito, tratando os moradores do Araçá como únicos culpados, como se nós fossemos os porcos…

    Tem morador que que joga lixo nesses lugares??? Sim, infelizmente tem, seria hipocrisia de minha parte querer tapar o sol com a peneira. Mas também tem gente do centro de Porto Belo, de São João Batista e de tantos outros lugares que jogam lixo lá. Tem muito turista que joga seus lixos lá…
    EM TODO LUGAR TEM ALGUNS MORADORES QUE JOGAM LIXO EM LUGAR INADEQUADO. O ARAÇÁ NÃO É O PRIMEIRO E NEM SERÁ O ULTIMO.

    “”Penso que algumas medidas são fundamentais, a começar por uma ação nas escolas do bairro visando conscientizar os menores e evitar que sigam o mau exemplo dos mais velhos. Quem sabe um mutirão de limpeza envolvendo alunos e com o suporte necessário do poder público?””

    Medidas fundamentais tem que ter em todas as escolas, e não só aqui no Araçá, e e tem muita gente mais velha CONSCIENTE tá, nossa comunidade era uma das que mais contribuía na Coleta Seletiva quando havia, e quando voltar COM CERTEZA seremos melhores do que já fomos.

    Espero que façam matérias mais verdadeiras, e não generalizando algo que não condiz com o perfil de nossa comunidade…

    Não sou contra fazer esta matéria, pois as pessoas precisam saber o que fazem no nosso bairro de errado, mas ao menos, sejam matérias verdadeiras, e não com algumas mentiras…

    Isso foi uma falta de respeito com a comunidade do Araçá, que tanto contribui com Porto Belo…
    E você Jornal Pirão D´agua procure escrever matérias com assuntos mais verdadeiros, pois isso foi algo muito constrangedor…

    • Caro Willian, compreendo que o teor da matéria te cause aborrecimento. Mas, não seria o caso de direcionar sua indignação contra essa realidade (pois é real, está ali para todos verem) do que tentar desqualificar este artigo, chamando-o de mentiroso? Parece-me mais motivo de constrangimento conviver com essa situação, sem que, até agora, ninguém tivesse ao menos a iniciativa de apontar. Também não é o caso de acreditar que eu tenha generalizado, creditando o problema exclusivamente e a todos os moradores do bairro. É óbvio que não são todos os que contribuem para isso, independente de faixa etária. Concordo com você, o problema não é exclusivo desse bairro, e muita gente de fora contribui para isso, mas penso que essa região é muito bela para merecer tratamento tão degradante. Também concordo que todas as escolas do município poderiam ser envolvidas numa campanha mais intensa de educação ambiental. De todo modo, não acha que o debate é válido? Que é melhor expor um problema do que ir deixando como está, por medo de ofender certas suscetibilidades? Desse modo é que não se avança. Abraço.

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