Pedaleiros

A cada dia aumenta o número de pessoas que encontram na bike um estilo de vida

Fabrícyo Looz largou o batente no primeiro dia de 2019 pelas 4h30 da manhã. Chegou em casa enquanto ainda se esvaziavam as últimas garrafas de cidra do Réveillon. Engenheiro de sonorização, ele recém-havia desligado a música e as luzes da festa promovida pela municipalidade na praia do Baixio. Recolheu seu pesado equipamento de trabalho, que momentos depois, em casa, retirou da Ducato adquirida de meia com o pai e sócio Vilson. Devia estar exausto, mas não pensou em descansar. Em vez disso, equipou sua bike e se pôs a caminho: “Às 7 horas eu já estava na rua”. Seu destino? O Santuário de Aparecida.

A história de Fabrícyo, 42, se insere naquilo que pretensiosamente chamarei de “ascensão dos pedaleiros”. Não busquei números para amparar o raciocínio, apenas a constatação que qualquer um que ande pelas avenidas da cidade pode fazer: o número de gente usando bicicletas cresceu como nunca. Mas não é um público que use a “magrela” como mero meio de transporte, uma condução para chegar mais rápido ao trabalho, por exemplo. Esse povo de que falo usa a bike como lazer. Mais precisamente, como parte de um estilo de vida.

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Vinhos e paisagens da serra catarinense

Tratando-se de vinhos, o novíssimo mundo é o ‘terroir’ de altitude de SC

Cada vez mais, os vinhos finos e espumantes produzidos no terroir de altitude de Santa Catarina conquistam qualidade, apreciadores e fama internacional. O enoturismo também vem ganhando força na região do Planalto Serrano, atraindo visitantes para experiências enogastronômicas repletas de novas sensações.

Na serra catarinense, a experiência de degustar bons vinhos é enriquecida pela exuberância de paisagens com montanhas, araucárias, campos e vinhedos, que representam um atrativo único em nível mundial. 

Já pensou em harmonizar vinhos com paisagens? Com esse objetivo, preparei algumas dicas de vinhos e vinícolas com cenários inesquecíveis.

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A arte invadiu Canelinha

Produção cultural na cidade deu um salto nos últimos anos

Há exatamente um mês, uma trupe de artistas desfilava pelas ruas de Canelinha, chamando a atenção das pessoas que trabalhavam nas lojas, atraindo olhares curiosos de senhores que pedalavam tranquilamente suas bicicletas e de quem mais assistisse àquela cena incomum na rotina pacata da cidade. Malabaristas, palhaços, músicos, piratas em monociclos, duendes e figuras se equilibrando em pernas de pau formavam o cortejo que dava início ao Circo na Rua, evento voltado às artes circenses.

Nem bem a poeira baixou e, neste fim de abril, uma nova programação cultural já movimenta a cidade: o Abril dos Bonecos comemora os 30 anos do teatro lambe-lambe – em que espetáculos em miniatura acontecem dentro de caixas, com os personagens sendo manipulados pelos caixeiros – e ao Dia Nacional do Teatro de Bonecos, celebrado em 27 de abril.

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É dia de feira

Projeto Som&Sol ocupa a Praça com gente, música e artesanato

A tarde de domingo (17) não prometia absolutamente nada. A cerveja do almoço pesava nas pálpebras e o rescaldo da chuva que tivemos pela manhã inspirava um clima de outono antecipado. Estava nublado e sequer se via fila na avenida, apenas um transitar ocasional de veículos de um lado para o outro. “Que tarde para tirar um cochilo”, provocava, já em “modo avião”, o subconsciente. E, de fato, ele ganhou a parada — pelo menos até que, de um pulo, eu saísse da cama com a urgência de quem tem uma pauta a cumprir. Afinal, era dia de feira.

É feira, mas pode chamar de ocupação do espaço público. É desse jeito que Bruno Juliano Pereira, de 30 anos de idade, vê a coisa. Ele e a esposa Aline Battistotti, de 29, são os organizadores do Som&Sol, que pela sexta vez usou a Praça da Bandeira, em Porto Belo, como ponto de encontro entre artesãos de várias procedências — e seus produtos — e a população local. Ali, onde há o que se poderia chamar de anfiteatro (embora soe pomposo), bandas garantem o devido fundo musical. Não faltam a cerveja artesanal nem os famosos foodtrucks.

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O porta-voz do rock catarina

Daniel Silva, criador do site Rifferama, é o responsável por colocar a música do Estado no mapa

Nos idos dos anos 1980, quando a música pop dominava a programação das rádios FM, vivia-se um boom de bandas nacionais: tínhamos o chamado “BRock”, movimento devidamente radiografado pelo jornalista Arthur Dapieve no livro de mesmo nome, lançado em 1995. Era uma época em que se ouvia muito Barão Vermelho, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso — sem contar a safra de bandas gaúchas, encabeçada por Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós.

Bons tempos? Daniel Silva arrebenta com essa ilusão de uma paulada: a maioria das bandas desse período era uma bela porcaria (ele usa uma palavra um pouco menos graciosa). Bom mesmo, em sua opinião, é o som que se faz hoje em dia — em especial, aqui mesmo no Estado. Daniel sabe do que está falando, pois é o responsável pelo Rifferama, o site que mais garimpa talentos da nova cena autoral catarinense.

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Postes feios merecem cores bonitas

Cartazista melhora a indicação de seu endereço e inicia movimento de renovação urbanística

No disco de 2006 da banda blumenauense Stuart (de “punk brega”, segundo definição de seu cabeça, Gustavo Kaly), há certa canção sobre uma banda que está na bica de participar de um show de hardcore. O problema é que, naquele corre para divulgar o evento, o lote de cartazes encomendado da gráfica saiu péssimo. “Precisamos de meninas bonitas para aplaudir as nossas músicas, mas quais as meninas bonitas que irão com cartazes feios?”, questiona o líder do grupo, para depois concluir que o desfecho não poderia ter sido outro — afinal, “postes feios merecem cartazes feios”.

A verdade é que os postes, ainda que absolutamente necessários, carecem de estética. Não falamos, naturalmente, dos mais ornamentais, que às vezes vemos iluminar com garbo e dignidade as praças e os calçadões à beira-mar. Falamos dos trambolhos que se enfileiram à margem de nossas ruas e avenidas — desempenhando papel relevante, não há dúvida, mas de um modo que os torna um estorvo urbanístico e um espetáculo triste ao olhar.

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Unidos de Porto Belo aquece os tambores

Escola de samba propõe “jogar tinta na avenida”com enredo inspirado em Suely Beduschi

Noite de domingo, 22h24. Nenhuma brisa sopra as folhas das árvores na Praça da Bandeira, centro de Porto Belo. Na ponta do quadrilátero, o popular Ica troca gestos afetuosos com um sujeito para lá de Bagdá enquanto que, em frente ao Carlão (bar), os instrumentistas da escola de samba Unidos de Porto Belo ouvem as instruções do diretor de bateria antes de reiniciarem o batuque.

Carlinhos Ribeiro, o maestro da agremiação, parece tenso. Um pouco antes, ele havia me dito que os ensaios começaram tarde, em comparação com o Carnaval anterior. Mais especificamente, no mês de outubro do ano que passou, enquanto que, em 2017, o trabalho começou em agosto. Mesmo assim, foram realizados até aqui 40 ensaios — uma maratona. O desfile está a cinco dias de distância e possivelmente haverá apenas mais um treino antes de estrearem na avenida.

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A guerra dos canudos

Cerco se fecha sobre o utensílio de plástico. Na ilha de PB, o combate a esse inimigo já é regra desde 2016

A noite de sexta-feira chega sem que ninguém queira requentar comida para o jantar. Cecília, então, propõe a solução: “Comer um hambúrguer na Bel!”. Como manda quem pode, obedece quem tem juízo, partimos a família toda até a Bodega do Porto, encontrando-a ainda em início de expediente. Cumprimento o Carlos à boca da chapa, a Isabel com seu bloquinho de notas, e sigo para a geladeira à esquerda do balcão (o casal vende bebidas em regime de self-service). Depois de garantir a cerveja para a gente e os refrigerantes para dona Eli e Cissa, vou até o balcão buscar os copos. Levo a mão até o suporte onde estão os canudinhos de plástico para os refris quando ouço a Bete protestar: “Canudo não, né!”.

O episódio, trivial, demonstra como os canudos de plástico caíram em desgraça. Assim como as sacolas de supermercado, foram alçados à condição de inimigo público número um do meio ambiente — em especial, da fauna marinha. Uma má fama que começou a ser construída em 2015, com a divulgação na internet de um vídeo em que biólogos suam para extrair um canudo de dentro da narina de uma tartaruga marinha.

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Um músico em busca do “cardume certo”

Após lançar o primeiro álbum, Hoje é o melhor dia de todos até hojeo músico tijuquense Guilherme Franzói quer consolidar seu público

O que determina o sucesso de um músico? Depende do parâmetro que você usar. Se o seu grau de exigência for elevado, um canal no YouTube com milhares de seguidores e músicas bombando no Spotify seria uma medida razoável. Shows pelo país com casa lotada e cachês generosos, melhor ainda. Todo artista concorda com isso. Por que com Guilherme Franzói seria diferente?

De fato, esse é um horizonte que ele almeja alcançar. De momento, porém, algumas coisas nada desprezíveis o tijuquense de 29 anos já conquistou: vive e paga as contas com o que ganha de seu conhecimento musical. Além disso, ano passado ele debutou na cena catarinense com o primeiro CD, Hoje é o melhor dia de todos até hoje. “É o sonho de todo artista”, reconhece.

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Cozalinda pulará o Carnaval na companhia de “Cabeçudos”

Alegorias serão a principal novidade do bloco na folia deste ano em Porto Belo

Noite de quinta-feira, 24 de janeiro, centro de Porto Belo. No Espaço Bonequiando, ateliê de arte cerâmica do casal Patrícia e Miguel Estivallet, está havendo serão. O motivo é a transformação extraordinária do local em oficina de bloco carnavalesco, uma vez que dali sairá a principal novidade do Cozalinda para o Carnaval deste ano em Porto Belo: os “Cabeçudos”.

Rádio sintonizada na emissora comunitária local para fugir à Hora de Brasília, cervejas para espantar o calor e trabalho em regime de mutirão, aos poucos as alegorias ganham forma (serão necessárias mais algumas noites até que fiquem prontas).

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